Toponímia popular para o megalitismo funerário (anta e afins...)

Retomando J. Leite de Vasconcellos, refere ele a propósito dos topónimos relativos aos monumentos megalíticos funerários:

"Por qualquer circumstancia, póde acontecer que o monumento perca, no todo ou em parte, alguns dos seus elementos fundamentaes, como chapeu, esteios, galeria ou mamôa (.../...) Importa conhecer-se isto de antemão, para se comprehenderem melhor os processos populares de denominação geral dos dolmens.
(.../...) Em tempos antigos (...) os dolmens tiverão uma designação appellativa, que se estendeu por todo o país: chamavão-se antas. Hoje a palavra anta, como appellativa e popular, creio que só é conhecida no Alemtejo, pelo menos nunca a ouvi empregar noutras provincias, nem me consta que o seja.
Em certos sitios da Beira-Alta e Beira-Baixa, os dolmens recebem o nome popular de orcas (...) a que às vezes se junta casa, lapa ou pedra: «casa d`orca», «lapa da orca», «pedra d`orca»; mas ouvi muitas vezes ao povo expressões, como estas: «estava lá uma orca», «havia uma orca» (.../...)
Parece que outro nome antigo dos dolmens no nosso país, empregado como appellativo, foi, ou é arcas. No Portugal antigo e moderno diz-se indifferentemente «antas ou arcas ou orcas»"

J.L.Vasconcellos, 1897, Religiões da Lusitania, vol. I, p. 252-254

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